Pesquisadores do Safra Center for Neuroscience e do Institute for Life Sciences da Hebrew University, em Israel, fizeram um avanço na compreensão da deterioração cognitiva acelerada que ocorre em mulheres que sofrem do mal de Alzheimer. Isso está relacionado a um mecanismo molecular ligado ao RNA mitocondrial.

O risco estimado de uma mulher desenvolver Alzheimer aos 65 anos de idade é de 1 em 5. Tão real quanto o câncer de mama é a preocupação com a saúde da mulher, as mulheres na faixa dos 60 anos têm duas vezes mais chances de desenvolver Alzheimer durante o resto da vida do que de desenvolver câncer de mama.

Mas por quê?

A Associação explica que há uma série de possíveis razões biológicas e sociais que explicam o fato de mais mulheres do que homens terem Alzheimer ou outras demências. A opinião predominante tem sido a de que essa discrepância se deve ao fato de que as mulheres vivem mais do que os homens, em média, e a idade avançada é o maior fator de risco para o Alzheimer. Atualmente, os pesquisadores estão questionando se o risco de Alzheimer pode ser maior para as mulheres em uma determinada idade devido a variações biológicas ou genéticas ou a diferenças nas experiências de vida.

As pesquisas da Universidade Hebraica explicaram que a doença de Alzheimer é uma condição degenerativa grave que é a principal causa de demência. A doença afeta desproporcionalmente as mulheres, caracterizada por uma taxa de progressão mais rápida e deterioração cognitiva mais acentuada do que a dos homens. Os protocolos terapêuticos atuais visam apenas a retardar a progressão dos sintomas, mas sabe-se que resultam em efeitos colaterais mais graves nas mulheres. Consequentemente, o declínio do funcionamento cognitivo em mulheres com Alzheimer continua apesar do tratamento, exacerbando ainda mais os desafios que elas enfrentam.

Seu estudo, liderado pela professora Hermona Soreq e pelo professor Yonatan Loewenstein, especialistas em genes cerebrais, descobriu uma ligação direta entre uma família de fragmentos de RNA de origem mitocondrial e a taxa de progressão da demência em mulheres. As descobertas indicam que, independentemente das alterações estruturais do cérebro, a grave depleção de fragmentos de RNA mitocondrial herdados da mãe, nos núcleos cerebrais afetados, está relacionada à rápida deterioração das habilidades cognitivas em mulheres com Alzheimer.

O professor Soreq explicou: “Nossa pesquisa apresenta uma contribuição significativa para o conjunto de pesquisas existentes sobre Alzheimer ao revelar novos insights sobre os fatores que impulsionam o declínio cognitivo acelerado em mulheres, destacando distinções cruciais não apenas na progressão da doença, mas também na resposta ao tratamento. Além disso, essas descobertas têm implicações para o tratamento desses sintomas por meio de terapias baseadas em RNA, que surgiram nos últimos anos e agora representam uma opção viável.”

Essa descoberta fornece a primeira explicação molecular para os danos cognitivos acelerados que ocorrem nos cérebros de mulheres com a doença de Alzheimer, abrindo a porta para a melhoria dos protocolos de tratamento atuais”, conclui o professor Soreq. “Com essa descoberta, podemos dar um passo crucial no desenvolvimento de medicamentos adequados para mulheres que sofrem dessa doença devastadora e preparar o caminho para o melhor atendimento e apoio aos pacientes de Alzheimer e suas famílias.”

 

Fonte: Jewish Business News